O Pragmatismo é uma filosofia
estabelecida no final do sec. XIX, nos Estados Unidos que reduzia o valor dos
fenómenos à avaliação dos seus aspetos úteis ou necessários.
Hoje em dia avaliamos quase
tudo pelo seu resultado. Se um produto, método ou técnica produz o resultado
desejado a utilização desse recurso é válida. Crê-se assim que os resultados
estabelecem o padrão daquilo que é bom.
E não utilizamos tantas
vezes este princípio na nossa vida diária? Se um remédio não produz o efeito
desejado, procura-se outro. Se uma esferográfica deixa de escrever é normal
deduzir que acabou a tinta, deitamo-la fora e procuramos outra. Se uma lâmpada
deixa de iluminar, arranjamos outra que não esteja fundida e pomos no lixo
aquela que deixou de funcionar. Poderíamos continuar com muitos exemplos
semelhantes que fazem parte das decisões e opções que diariamente nós fazemos.
Afinal, que há de errado com
isto?
Imagem da net |
Muitas igrejas
contemporâneas estão mais preocupadas com a sua aceitação por parte do mundo e
a quantidade de pessoas presentes nos cultos do que pregar a Palavra fiel e
verdadeira que confronta os ouvintes com o pecado e a necessidade de
transformação de vida. Alguns chegam mesmo a afirmar que se pregassem todo o
conselho de Deus as “suas” igrejas ficariam vazias. Esta maneira de pensar e
agir distorce por completo a missão da igreja, porque a grande comissão não é
“ide e fazei prosélitos”. A igreja não entra em campanhas de marketing. A
evangelização não precisa de “vendedores” mas sim de profetas.
Um dos efeitos mais visíveis
desta atitude pragmática no campo evangélico é a mudança no culto. Estes passam
a ser mais divertidos (divertir os bodes como referiu Spurgeon) do que
reverentes. O resultado é um culto mais centrado na pessoa (antropocêntrico) do
que centrado em Deus (teocêntrico).
Mais ainda, estes
falsos-profetas “entusiasmados” por ver as “suas arenas” cheias passam a
desenvolver cada vez mais as técnicas de atração das massas. E surgem nomes
bonitos e pomposos como “quebrar cadeias”, “gospel”, “nova unção”, “renovação”
e por aí fora. A pregação, principalmente a expositiva é encarada como
antiquada. Ninguém se preocupa em verificar se o que está a ser dito ou
ensinado é verdadeiro ou falso. Os crentes não são encorajados a ter um tempo
devocional (não vão eles ler, a Bíblia a sério e verem que estão a ser
enganados…). O que importa são as experiências e as continuas lavagens ao
cérebro que se praticam nessas reuniões.
Como conclusão, qual o tipo
de ministério que agrada a Deus? "Prega a Palavra" (II Tim 4:2). A
nossa preocupação deve ser a obediência a esse simples mandamento. A tarefa do
pregador é proclamar as Escrituras (Rom 10:14; Ne 8:8).
A mensagem cristã não
pode simplesmente ser mudada para se conformar com as vicissitudes das
opiniões do mundo. A verdade bíblica é fixa e constante, não sujeita a mudança
ou adaptação.
Estamos a correr o perigo
dos padrões do mundo entrarem em força em todas as igrejas. Se assim for o seu
fim será uma realidade a breve trecho. Mas graças a Deus que temos a promessa
do Senhor em Mat. 16:18). Vigiemos e oremos.
AVO
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