Monge e
discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um
escorpião a ser arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio,
meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o
bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio.
Foi
então à margem tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela
margem, entrou no rio, colheu o escorpião e salvou-o. Depois disto o monge
juntou-se aos discípulos na estrada. Eles assistiram à cena e receberam este
Monge com perplexidade e preocupação.
-
Mestre, deve estar com bastantes dores! Por que é que foi salvar esse bicho
perigoso e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu
à sua ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia a sua compaixão!
monge ouviu
tranquilamente os comentários e respondeu:
- Ele agiu
conforme a sua natureza, e eu de acordo com a minha.
Esta
parábola deve fazer-nos refletir na forma de melhor compreender e aceitar as
pessoas com que nos relacionamos. Não podemos e nem temos o direito de mudar o
outro, mas podemos melhorar as nossas próprias reações e atitudes, sabendo que
cada um dá o que tem e o que pode. Devemos fazer a nossa parte com muito amor e
respeito ao próximo. Cada qual conforme a sua natureza, e não conforme a do
outro.
Este
princípio aplica-se, por maioria de razão entre os crentes.
Um
pecador remido pelo sangue de nosso Senhor Jesus Cristo vertido na cruz do
Calvário possui uma nova natureza e a sua ação deve ser pautada pelas leis que
Deus gravou no seu coração.
Porém, a velha natureza coabita ainda e se desprezarmos esta
verdade, certo é que baixaremos as defesas e não nos aperceberemos que muitas
vezes é a nossa concupiscência que domina e nos leva a agir contrariamente à
vontade de Deus. Oiçamos o testemunho de
Paulo: “Porque eu sei
que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer
está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero,
mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não
faço eu, mas o pecado que habita em mim.”
(Romanos 7:18-20)
Dentro do filho de Deus coexistem o velho homem e o novo, a carne e o
Espírito. O velho homem, a carne, embora crucificado não está realmente morto.
Essa velha natureza continua a ter uma força suficiente para induzir ao pecado.
Porém, essas características não pertencem ao novo homem. Pelo contrário, o
novo homem - interior - tem prazer na lei de Deus, e se entristece quando
comete pecado. “De
maneira que, agora, já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim
Porque eu sei que, em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum...”. (Romanos 7:17-18)
A
incapacidade de reconhecer e distinguir essas duas naturezas é a base do
mal-estar que se vive nalguns momentos nas igrejas, entre os irmãos.
Podemos
ficar magoados ou tristes com a atitude de um ou outro irmão(ã) para connosco,
mas isso nunca, em circunstância alguma, pode ser usado para retribuir
comportamento idêntico da nossa parte para com esse irmão(ã).
Teremos
nós a noção de quantas vezes magoámos, ofendemos ou entristecemos o nosso
irmão?
Que o
Espírito do Senhor que habita em nós, nos fortaleça e santifique diariamente.
AVO
in Jubilai
9 dezembro 2018
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