Que mulher importa ser

 
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Mulheres machistas, secas, duras, iracundas, birrentas, violentas, marcadas por mágoas e iras, grossas na fala e rixosas como goteiras constantes, perdem-se no universo feminino. Da mesma forma, no outro extremo, estão mulheres sedutoras, extremamente sensualizadas, que se vestem para serem expostas e desejadas, e muitas hoje em dia ainda declaram a sua opção de serem objeto do desejo de homens casados, pois assim não teriam obrigação com as tarefas quotidianas desgastantes de esposas. 

O universo feminino, no meio das atuais discussões politicamente corretas sobre escolhas de géneros, nunca esteve tão confuso. 

Ensinamos as nossas filhas a serem recatadas ou a mostrarem os seus corpos para atrair olhares? As nossas jovens devem aprender a cozinhar e limpar uma casa? Os meninos podem vestir as roupas das suas irmãs, como prega a ideologia de género? As mulheres precisam de voltar às ruas para queimar sutiãs, ou fazer passeatas desnudadas  para mostrarem o seu poder? 

Voltemos à Bíblia: homens e mulheres são co-herdeiros da Graça da vida, pois Jesus pagou o mesmo preço por ambos. Temos responsabilidades semelhantes para com a família e a Igreja, e estamos sob as mesmas bençãos divinas. Sejamos mulheres e femininas, equilibrando autoridade e amor, equacionando a rigidez de uma muralha com abraços e sorrisos largos. Que tenhamos espírito manso e tranquilo (1 Pedro 3:4), mas sempre alegres e ágeis como gazelas amorosas e corças graciosas (Pv 5:19). A nossa força não será obtida através duma luta feminista, mas está subordinada ao poder de Deus em nós. A nossa identidade passa pela cruz.

Excertos
In Palavra Prudente

Publicado no jornal Jubilai
Ano XXI, Número 82
3 junho 2018

O Culto do Corpo

A nossa sociedade vive de estereótipos (padrões pré-concebidos). Um deles é o do corpo perfeito. Tanto homens como mulheres são apanhados nesta malha da beleza física.

O sexo feminino para alcançar os padrões de beleza que lhes vai na cabeça, privam-se de alguns alimentos, põem silicone aqui e ali, tiram gorduras de uma ou outra parte submetem-se a operações de estética, alterando o formato do nariz, do queixo, eliminando rugas, puxando e repuxando a pele até conseguir disfarçar a passagem dos anos. Passam horas em ginásios em gabinetes de estética.

Tudo isto traz consequências sérias à saúde. Quando não se consegue atingir os padrões de corpo perfeito veiculados pelos diversos anúncios na comunicação social há pessoas que passam por quadros de depressão, transtornos alimentares anorexia e bulimia) e outras obsessões.

A pele pálida e branca deixou de ser, há muito tempo, sinónimo de beleza. A pele beijada pelo sol, com um tom mais escuro torna a aparência da pessoa mais jovem, mais saudável e mais bonita.

Por isso os auto-bronzeadores e os solários são técnicas muito procuradas actualmente. Esta última opção pode provocar sérios danos à pele com consequências bem nefastas para saúde.

Vivemos na envolvência desta sociedade e não podemos deixar de sentirmos a pressão dos “media”, e a mulher crente pode sentir esta tentação de não querer “perder o comboio”, especialmente se está envolvida numa atividade profissional.

Honoré Balzac foi um produtivo escritor francês do séc. XIX que ficou notável pelas suas pertinazes observações psicológicas. Eis uma delas: Deve deixar-se a vaidade aos que não têm outra coisa para exibir.

A Palavra de Deus alerta-nos várias vezes para a perenidade da vida terrena. O apóstolo Pedro refere-se à vida do ser humano do seguinte modo: Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva e cai a sua flor. (I Pedro 1:24)

Muitos séculos antes já Moisés, inspirado por Deus, escrevia o seguinte acerca da fragilidade do homem: …são como a erva que cresce de madrugada. De madrugada cresce e floresce; á tarde corta-se e seca-se.” (Salmo 90:5,6)

O nosso corpo é o templo do Espírito Santo, como a Palavra de Deus nos diz, e por isso deve ser cuidado, preservado e não cometer atentados à sua integridade, isso é um facto. Porém há algo de muito mais importante em cada uma de nós. Temos uma alma imortal. Importa “cuidar dela” em primeiro lugar.

O corpo que possuímos, mais dia menos dia vai ser destruído, e o nosso espírito partirá para Deus, para uma eternidade na presença do Senhor. 

É este pensamento que deve nortear a nossa vida.

Cuidar deste corpo, sim (Deus o formou no ventre materno), mas não o devemos idolatrar e exibi-lo atraindo a concupiscência dos olhos e dos sentidos. 

Meditai no que Deus diz por intermédio de Paulo: Porque fostes comprados por um bom preço; glorificai, pois, a Deus, no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus(I Coríntios 6:20)

Mulheres! Estamos a glorificar a Deus com o nosso corpo, ou servindo ao Diabo?

Avo
Publicado no jornal Jubilai
Ano XXI, Número 82
3 junho 2018

O exemplo de Débora

Olhemos um pouco para Débora e o seu exemplo para as mulheres de hoje.
imagem da internet

Débora foi uma juíza e profetisa de Israel, que liderou o povo na guerra contra o rei de Canaã. Ela convocou o povo para a batalha e profetizou a sua vitória sobre um exército muito grande.

No tempo de Débora não havia rei sobre Israel. O povo era liderado por juízes, pessoas usadas por Deus que se tornavam líderes políticos, espirituais e militares. Quando Deus levantou Débora, os israelitas tinham-se desviado de Deus e estavam a ser oprimidos por Jabin, rei de Canaã (Juízes 4:1-2).

Débora era profetisa e uma mulher sábia. Ela sentava-se debaixo de uma palmeira e o povo vinha até ela para resolver as suas questões (Juízes 4:4-5).

A Batalha de Débora
Um dia Débora chamou um guerreiro chamado Barac e disse-lhe que Deus lhe iria dar vitória sobre o exército de Jabin. Barac insistiu para que Débora fosse com ele para a batalha e ela aceitou, mas avisou-o de que seria uma mulher que mataria o chefe do exército inimigo. Juntaram dez mil homens de Israel e foram para a batalha (Juízes 4:6-7).
O exército de Jabin era mais poderoso e tinha muitos carros de guerra, o que era uma grande vantagem. Mas Débora abençoou Barac e Deus derrotou aquele grande exército. Os israelitas mataram todos os soldados inimigos (Juízes 4:14-15).
O comandante do exército de Jabin, chamado Sísera, fugiu da batalha e pediu abrigo a uma mulher chamada Jael. Mas enquanto ele dormia na sua tenda, Jael com o auxílio de um martelo, cravou-lhe uma estaca na fronte.
Quando Barac chegou, Jael mostrou-lhe o seu inimigo que jazia morto. (Juízes 4:21-22)
O rei Jabin nunca mais recuperou dessa derrota e acabou por ser destruído. Depois da grande vitória, Débora e Barac cantaram, agradecendo a Deus e lembrando os momentos mais importantes da batalha. Depois houve paz durante quarenta anos.

O que a vida de Débora nos ensina?
Ensina que Deus vê mais do que as aparências. No tempo de Débora, não era normal uma mulher ser líder. Mas Deus não rejeitou Débora por ser mulher. Ele tornou-a no líder político e espiritual do país inteiro. Não importa quem somos. Deus pode usar-nos para grandes coisas (1 Coríntios 1:27-29).
Normalmente, quem tinha o poder militar era quem mandava. Mas Barac obedeceu a Débora, porque reconhecia que ela era mensageira de Deus. Ela tinha autoridade dada por Deus. 

“Desperta, Débora, desperta, entoa um cântico;” (Juízes 5:12)
Esta é a chamada para nós, mulheres. Uma chamada que ecoa nos nossos corações. Uma chamada de despertamento para as mulheres, e as mães do século XXI. Tão real e necessária quanto nos dias da proeminente juíza de Israel, Débora.
Vivemos dias maus, turbulentos, assustadores. A família tem sido constantemente alvejada, e aos nossos olhos surgem lares que se desfazem, mães que abandonam as suas casas, pais que nunca viram os seus filhos, filhos que não suportam olhar para os pais. Famílias que experimentam o amargo sabor do abandono e da traição. 
São de facto, dias maus. A pós-modernidade debate o conceito primaz da família. Para se ter uma família dizem, não é necessário um homem e uma mulher, basta ter “amor”. E em busca de uma falsa liberdade, e uma vã ilusão, a família tem enfrentado um forte combate.
São tempos de guerra, não de paz. Tempos de luta, não de descanso. Dias de batalha. Vivemos cercados por diversos perigos: drogas, imoralidade sexual, violência, corrupção, mortes, entretenimentos que fecham nossos olhos. E diante deste cenário muitas famílias têm sucumbido.
Por este motivo, o clamor por um despertamento de mulheres, que se preparem para tal batalha está vivo nos nossos corações. Ainda hoje podemos ouvir o grito de desespero dos filhos de Israel, da Igreja de Cristo: Mulheres, despertai-vos! Levantai-vos para a batalha!  
Este é o clamor de Deus para a nossa geração. Conseguimos ouvi-lo? Conseguimos percebê-lo dentro da nossa  igreja?


Contexto Histórico-Social (Juízes 4;5).
Débora representa este alto padrão, de uma mulher que não se curvou e não se prostrou diante de um tempo difícil. O contexto social do seu povo, não distava tanto do nosso. A Bíblia diz que, no tempo dos Juízes, não havia rei sobre Israel e as pessoas faziam o que bem entendiam.  (Juízes 17:6;21:25). Agiam a seu belo prazer, fazendo o que era mau diante do Senhor. Característica também, da nossa geração.

Semelhanças com nosso tempo:

Eram tempos de apostasia. (Juízes 5:8)
A Bíblia diz que aquele povo escolheu deuses novos para si. Desprezaram o Senhor, o único Deus. Rejeitaram os Seus preceitos. Hoje, no século XXI, nossa sociedade busca novos deuses, e jamais se satisfazem, pois são fontes sem vida (dinheiro, sexo, religião, falsos amores, falsas riquezas).

Eram tempos de guerra. (Juízes 5:8). “A guerra estava às portas”.
Neste contexto a guerra era literal, o exército inimigo (cananeus) estava preparado, e tinha “novecentos carros ferrados” (Juízes 4:1). Isto era o mesmo que dizer que o exército do inimigo era praticamente invencível. Israel tinha apenas uma infantaria, faltava-lhe cavalos, e carros de combate. Nos nossos dias a guerra é espiritual. (Efes. 6:11-12) “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais”. Este termo “ciladas”, é um termo grego que se refere a “estratégias articuladas”, métodos, planos”.  O inimigo não brinca, ele está em guerra.

Eram tempos de apatia, indiferença. (Juízes 5:8) “Não se via escudo nem lança entre quarenta mil em Israel”. 
Não obstante a guerra estar eminente, ninguém se posicionava. Ninguém se prontificava, ninguém se lançava  no combate. A Bíblia diz que os últimos dias serão dias difíceis, em que os homens serão “amantes de si mesmo” (II Tim 3:1) Estes são os nossos dias. As pessoas idolatram-se e não querem lutar uns pelos outros, não se prontificam, não se comprometem. Não se comprometem com a família, com o trabalho, e o mais grave, não se comprometem com Deus.

Eram tempos de pecado. (Juízes 4:1) “Os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau perante os olhos do Senhor”. (Juízes 5:6) “desvios tortuosos”.
A nossa sociedade também não está diferente. Deus abomina o pecado (Rom. 3:23), a corrupção, a violência dos nossos dias, o adultério, o assassinato. Deus não suporta o pecado da nossa geração idólatra, mística e imoral. A sociedade não segue o caminho, que é Cristo, e tem andado por atalhos e desvios tortuosos.

Eram tempos de opressão. (Juízes 4:3) “.
Jabin tinha novecentos carros ferrados, e durante vinte anos oprimiu duramente os filhos de Israel”. Quantas famílias, quantos lares, quantas vidas ainda hoje vivem esta realidade de opressão? Lutas, dissabores, inimigos da alma.

Eram tempos de dormência espiritual. (Juízes 5:7).
A Bíblia diz que Israel ficou deserta. Infelizmente esta é a realidade de muitos. Dormem e fecham os olhos para a realidade. É um aspecto de negação do que estamos a viver.
Mas não podemos fechar os nossos olhos! Até mesmo dentro das igrejas, filhos e pais, esposos e esposas estão em litígio. Vivemos dias maus, quem se irá levantar?
Débora levantou-se: “Cessaram as aldeias em Israel, cessaram, até que eu, Débora, me levantei, levantei-me por mãe em Israel”. (Juízes 5:7)
O Senhor pergunta-nos também, até quando estaremos desatentas, até quando esperaremos o inimigo saquear os nossos lares, famílias e igrejas?! É tempo de despertar e levantar! 

Como podemos ter um coração como Débora? Que se levanta, e luta?
  1. Ter experiência com Deus  (Juízes 5:4-5)
    A profetisa Débora só pôde levantar-se com poder e autoridade em Israel, porque tinha uma vida com Deus. Ela era uma profetisa, sabia ouvir a voz de Deus, e tinha comunhão com Ele. Mais do que isso, conhecia muito bem quem Deus era.  No seu cântico, ela declara os feitos de Deus em Israel e testemunha da vitória do povo de Deus.
    Para ser como Débora temos de conhecer Deus em profundidade. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
  2. Ser um lugar de refúgio para o aflito.
    A Bíblia diz que Débora no meio daquela sociedade de caos era como um lugar de refúgio, para as pessoas ao seu redor. Sentava-se debaixo de uma palmeira e julgava a causa do povo. Ela julgava e aconselhava.
    Diante de nosso contexto, também podemos ser como Débora pois há muitos aflitos que procuram um lugar seguro. Não precisamos de ir muito longe. Dentro de nossas casas, muitas vezes, os nossos filhos buscam desesperadamente uma mãe para conversar, mas em muitos momentos encontram, somente uma juíza. Falta o conselho e a sabedoria.
    A mulher sábia, virtuosa de Prov. 31, “fala com entendimento”. Débora não tinha um trono, nem mesmo um palácio. Ela tinha uma palmeira. E uma palmeira era o suficiente.
    Uma verdadeira mulher de Deus faz da sua casa um lugar de refúgio. Débora era refúgio de protecção espiritual para os seus filhos em Israel.
    Sejamos guardadoras espirituais. Não precisamos esperar ter uma mansão, nem mesmo ter um lugar “importante” na igreja. Débora tinha uma palmeira. Era o seu lugar de conselho e refúgio para tantos.
  3. Não se conformar com o caos da vida.Porque existem poucas mães que lutam?
    Porque existem poucas que oram?
    Poucas que se dispõem?
    Poucas que perseveram?
    Porque muitas se conformaram com a destruição, com a derrota, com a perda, com o caos da vida.
    Pensam que não vale a pena, que os esforços de nada servem. Já oraram tanto, já pediram tanto, já jejuaram, já buscaram, mas desistiram.
    Débora não aceitou aquela situação, ela fez alguma coisa. Debaixo da palmeira orou, buscou a Deus e agiu. E Deus mostrou-lhe que a vitória viria através de Barac. Que fez ela?  MANDOU CHAMAR BARAC. Não foi ele que a procurou. Movida pela oração e direcção de Deus, mandou chamá-lo. Ela acreditava.
    Se quisermos ser mulheres com um coração de Débora, sejamos mulheres de Deus e trabalhemos no Seu serviço. Seja no lar junto da nossa família, seja no nosso trabalho, seja na nossa congregação.
    Provérbios diz que o preguiçoso vê o leão rugindo lá fora na rua e diz: “Vou morrer”
    Não!!! Não aceitemos as coisas como estão! Saiamos da mediocridade, da vida que todos levam! Sejamos diferentes!
  4. Buscar as estratégias de Deus (Juízes 4:6-9)
    Jamais entremos numa guerra sem as armas certas. Sem a estratégia certa. Jesus disse isso aos seus discípulos ao falar sobre a vida cristã. Ninguém começa uma construção sem primeiro se assentar e calcular os gastos, para saber quanto gastará, para depois não ficar envergonhado, como um homem tolo. Ele disse o mesmo a respeito da guerra.
    Débora recebeu de Deus as estratégias de guerra. Com quantos homens Barac venceria, e como venceria.
    Não nos iludamos com os nossos recursos. Não lutemos com as nossas estratégias. Deus capacita-nos para esta guerra, busquemos a Sua força.
       Salmos 20:7
Adaptado por Sílvia Mourão
Publicado no jornal Jubilai
Ano XXI, Número 82
3 junho 2018

A mulher cristã contra o mundo

Todos concordam que a macro cultura ocidental é responsável pela degeneração dos valores contidos no Evangelho, valores estes destinados à sociedade em geral.
A invenção do ateísmo no século XIX demonstra até onde vai a depravação humana contra Deus conforme revelado na carta de Paulo aos Romanos, capítulos um e dois. Nesse mórbido contexto encontramos o que considero a mais aberrante ação humana contra a Lei divina: a relativização dos princípios imutáveis das Escrituras que adequa o Evangelho às insanidades culturais. Deveria ser ao contrário: o Evangelho moldando o mundo.

É disso exemplo o papel da mulher na família e na sociedade. Antes de tudo quero reiterar minha total repulsa ao pecado do machismo onde o homem se acha no direito de humilhar a mulher diante da auto-afirmação masculina. O machismo é pecado e fere princípios básicos de relacionamentos conforme Gálatas 3:28 e Efésios 5:21 a 33, para citar apenas dois textos sagrados. Da mesma forma, o pecado do feminismo (aliás, todo “ismo” é pecado quando se coloca no lugar de Deus e da sua Lei) tem-se alastrado pelo mundo fora, e a igreja, que caminha na retaguarda, tenta adaptar-se em nome do “politicamente correto”.

Fico estarrecido como o lugar funcional da mulher, segundo o mundo, está a contaminar  as igrejas, indo contra a vontade de Deus. Vale a pena lembrar que a família, segundo o Criador, é o microcosmo paradigmático do mundo, isso mesmo, o lar cristão é o modelo para a igreja em geral e para a sociedade como um todo. Neste sentido, quero refletir rapidamente sobre o papel da mulher crente na família, igreja e sociedade. Precisamos de repensar qual é o modelo de Deus para a mulher nos dias de hoje. Vejamos três itens:
  1. A mulher deve criar os filhos e ser boa dona de casa: Eu sei que a sensação das pessoas que lêem um subtítulo como este é de desconforto e até mesmo indignação. Mas é exactamente isso que Paulo recomenda a Timóteo no seu ensino e pastoreio às mulheres:
    “Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa, e não dêem ocasião ao adversário de maldizer.” (1 Tm 5:14)
    Embora a recomendação seja às jovens, o princípio aplicado é geral. Toda a mulher cristã deve saber administrar o lar, conduzindo-o ordeiramente. É uma lástima ver que tantas médicas, engenheiras, advogadas, psicólogas, secretárias, executivas, etc, são incapazes de cozinhar, passar, proporcionar e manter a sua casa limpa e bem cuidada. Tais mulheres não cumprem uma ordem clara do Evangelho quanto ao seu papel no lar. Pior quando não dispõem de tempo para cuidar dos seus filhos. Podemos concluir que uma mulher cristã que não é boa dona de casa, é uma esposa/mãe anti-bíblica.

  2. A mulher deve sujeitar-se ao marido: Este é outro princípio que foi corroído pelo pecado social. O princípio de autoridade é claro na sua determinação funcional, lembrando que este princípio foi estabelecido pelo modelo da criação (1 Tm 2:9-15). Paulo fala claramente sobre isso a Tito no tocante ao ensino e pastoreio:
    “As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras  no bem, para que ensinem  as mulheres novas  a serem prudentes, a amarem os seus  maridos, a amarem os seus filhos, a serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas aos seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.” (Tt 2:3–5).
    O motivo da submissão é simples, para que as Escrituras não sejam difamadas. Todavia, é triste assistir à imitação (por parte da igreja e de seus lares) dos modelos sociais que até colocam uma mulher no lugar de maior autoridade da nação. Se alguém duvida desta distorção, basta ver os cargos que as mulheres estão a exercer nas igrejas locais, e não me refiro às “pastoras”, “presbíteras” ou “episcopisas” (vulgarmente chamadas de “bispas”), refiro-me aos púlpitos e às salas de aulas repletas de varões como alunos que possuem uma mulher à frente.

  3. A mulher deve ser recatada no seu traje: Esse assunto é complicadíssimo dentro da igreja. Sempre tenho ensinado ao meu rebanho que a mulher deve ser atraente, mas nunca sensual. O problema é que quanto mais as roupas diminuem de tamanho, comprimindo o corpo, mais a igreja se adapta a isso. É deprimente ver mulheres crentes vulgarizarem o corpo numa calça “coleante”, numa blusa curta de alcinha, num vestido apertado que marca a roupa íntima ou numa mini-saia que mais revela do que esconde. Quanto a isso temos:“Que do mesmo modo, as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e  modéstia… mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.” (1 Tm 2:9,10)

O que Paulo está dizendo é que nenhuma mulher crente se pode vestir como as vulgares ou prostitutas da sociedade. Isso deve ser um imperativo numa sociedade que sexualiza crianças de até quatro ou cinco anos de idade.
Será que esses itens supracitados chocam a nossa mente? A impressão que deixam é que são estruturados no radicalismo intransigente e arcaico? Em minha opinião, se alguém que se diz crente pensa assim é porque está longe do padrão da Palavra de Deus. Além de que, a própria sociedade laica deveria seguir este modelo na íntegra por se tratar de um padrão divino para todos.
Muitos cristãos têm se levantado contra as leis que favorecem a união homossexual ou outras decisões que escandalizam e golpeiam o coração e a mente do fiel. Tais lutas são legítimas e coerentes com o espírito do Evangelho. Mas eu creio que o problema na igreja é muito mais subtil e muito mais profundo, age como um cancro silencioso e assintomático que corrói a igreja por dentro. E nisto muitos estão em silêncio ou nem todos estão de acordo.
Reafirmo que a família cristã é o modelo para a igreja que, por sua vez, é o modelo correto para a sociedade. Nós é que deveríamos estar na vanguarda sem abrir mão dos valores divinos. Mas o que percebemos é que as igrejas estão no final da fila tentando adaptar-se ao mundo, ao mesmo tempo que correm lamentavelmente atrás do prejuízo.
Que Deus nos fortaleça nas nossas convicções e que a Sua misericórdia continue pairando sobre nós.

Sola Scriptura.

Autor: Alfredo de Souza 
Fonte: E a Bíblia com isso?
artigo reproduzido no
no jornal Jubilai
Ano XXI, Número 82
3 junho 2018

Moderna e Santa

Será que estou vestida da maneira que Deus se agrada? 

Não queremos com este texto falar de costumes doutrinários, mas queremos refletir sobre como deve ser o vestuário cristão.

Há possibilidade de andar na moda e andar em  santidade? 

Vestir-se bem com roupas lindas e requintadas é um direito de todas as mulheres.  Mas convém observar o seguinte: “Nós somos feitos à imagem e à semelhança do nosso Senhor!” Isso significa que ao sermos criadas, fomos feitas para louvor da Sua glória. E é lógico que Deus não se agrada de ver as Suas filhas andando de qualquer maneira. 

Precisamos mostrar que somos diferentes, somos princesas do nosso Senhor.  Por isso precisamos de equilíbrio. Lembra-se do que Paulo disse em I Coríntios 6:12? Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém. Exatamente isso.

Eu posso usar o que eu quiser, porém, preciso analisar se a roupa que eu uso, não incomoda o meu marido. Se a roupa que eu compro, Jesus também compraria para mim. Engraçado? Sim, mas é a pura realidade.  Descobrir até o que posso vestir é muito simples. Basta olhar os maus exemplos. Há mulheres que usam roupas tão pequenas e impróprias para o seu corpo que atraem o desejo de homens (casados ou não) e “queimam” a sua imagem. E os decotes ousados que só serve para chamar atenção de todos para uma parte do seu corpo? Isso não é atitude de mulher  cristã. A Bíblia ensina-nos que o nosso corpo é templo do Espírito Santo. Será que Ele gosta da roupa que eu uso para trabalhar? E aquela com que eu vou à igreja? Reflita. Andar em santidade é mostrar que você se quer separar deste mundo, inclusive dos padrões definidos por ele. Nem tudo o que a moda diz que é certo, devemos aceitar. Vamos mostrar a nossa identidade, somos servas do Senhor! Da próxima vez que você for às compras, use a modéstia. Escolha peças lindas que combinem bem consigo, de acordo com sua altura e seu tom de pele e acerte! Deixe de lado as roupas curtas, os decotes ousados, as roupas muito apertadas. Aprenda a renunciar. Antes de sair, veja-se ao espelho e veja se está de acordo com os padrões ensinados na palavra de Deus; ou ainda se a sua mãe ou o seu marido comprariam essa roupa para si, se sim, saia tranquila!  Podemos ser modernas e andar em santidade ao mesmo tempo? Claro que sim.

Luciene Saviolli
no jornal Jubilai
Ano XXI, Número 82
3 junho 2018